O violoncelo ou cello ( forma abreviada, derivada doé provavelmenteo membro mais recente da família do violino a ser aperfeiçoado na sua forma e proporção. Instrumentos tocados com arco aparecem nas pinturas européias desde o ano 900.
No entanto encontramos na antiguidade instrumentos que até podem ser considerados pais do violoncelo, na medida em que são instrumentos de corda friccionada por um arco, emitindo som semelhante. É o caso do Ravanastron, instrumento criado no Ceilão há 5000 anos atrás, e que ainda hoje pode ser encontrado em versões usadas por monges budistas. É um instrumento menor que o cello atual, com caixa de formato retangular.
Foi Stradivari quem estabeleceu no final do século XVII as bases do modelo utilizado hoje em dia. Por volta desta data o termo violoncelo passou a ser adotado universalmente. Antes disso era conhecido por “violoncino”, “violone”, “bas de violon” / “basse de violin”, “bass violin”.
Um violoncelo de três cordas pode ser observado entre outros instrumentos numa pintura na cúpula da catedral de Saronno, obra de Gaudenzio Ferrari (1535). O instrumento mais antigo que sobrevive até hoje foi obra de Andrea Amati (1572), sendo parte de uma encomenda de vários instrumentos para Charles IX, rei da França (1560-1574).
Pequenas alterações têm sido feitas até o presente. Um dos feitos mais importantes foi, sem dúvida, a invenção do espigão por Adrien Servais (1845). Isto possibilitou uma maior estabilidade nas mudanças de posição e também ofereceu maior liberdade para a mão esquerda. Hoje em dia também é usado o espigão curvo, que deixa o instrumento quase que inteiramente na posição horizontal, permitindo uma maior utilização do peso do arco do que quando o instrumento é mantido inclinado.
Seu uso está mais presente na música erudita, embora sua presença seja cada vez mais comum na música popular. Beatles, Belle & Sebastian e Titãs são alguns dos diversos grupos de rock que utilizaram e utilizam o instrumento. A incursão de nomes como Yo-Yo Ma em gravações dedicadas à música popular norte-americana, argentina e brasileira e presença cada vez maior de violoncelistas dedicados ao gênero popular têm aumentado a visibilidade do instrumento. Como importantes expoentes do “violoncelo popular” cabe citar o brasileiro Jaques Morelenbaum que acompanhou diversas vezes Caetano Veloso e outros artistas da MPB e da música pop internacional como Sting, David Byrne, Cesária Évora, Adriano Celentano, e também o grupo de heavy metal finlandês Apocalyptica, um trio de violoncelos acompanhado por um baterista.
Professor de Violoncelo